Cheguei à Januária de ônibus. A viagem era parte de um projeto mais longo que eu vinha fotografando – uma das vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping havia se mudado para lá e eu achava que umas fotos de como a vida continuava longe de Osasco poderiam valer a pena.

Caminhei da rodoviária para o centrinho da cidade, já perto da margem do rio, achei um hotel bem simples. A diária era R$6 ou R$7 enquanto a coxinha na parada do ônibus era R$3. Tomei um banho, lavei a roupa da viagem, pendurei perto da janela, tirei um cochilo naquela tarde, acordei a roupa estava seca, não era época de chuva.



Sai e tomei uns sorvetes. Fui atrás do José. O Sol queimando. Setembro de 1999.


Descobri uma cidade interessante, conheci umas pessoas inesperadas, ouvi histórias, tomei mais sorvete. Sempre levava duas Nikons. Com uma fotografei a história que eu estava procurando. Com a segunda, fotografei as coisas que eu descobri em filme slide expirado. Anos mais tarde transformei tudo em preto e branco para me ver livre do crossover.

Na ida e na volta fiquei encantado com os buritizais no meio do cerrado.
