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Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.23 • Confirmado

Estarei no EXP23 em Julho…

Minha contribuição para a programação inclui uma palestra sobre imagens únicas (impressões irreprodutíveis), uma versão do workshop Armadilha para o Acaso e uma versão do workshop de Construção de Câmara Digital Artesanal, tudo em inglês.

Já falei aqui no passado (quando fui no EXP20) e volto a falar: vale ver a página de transparência do site do festival. É uma maneira muito bacana de olhar para a organização desse tipo de evento.

Aproveita e faça sua inscrição para o festival e venha conhecer Barcelona e curtir esse evento!

Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.20 • Um terreno fértil

Enquanto volto para Braga, vou aproveitar o translado para contar aqui umas coisas sobre esse festival.

Antes de mais nada, se não leu meu post de 20 dias atrás sobre a página de transparência do festival, vale correr lá agora. O resumo é uma galera jovem com idéias simples e com muito pouca grana inventou o festival e compartilhou com todo mundo suas limitações e dificuldades para criar o evento.

Bom, o resultado disso foi um terreno muito fértil para as conversas e discussões. Todo os envolvidos chegaram à Barcelona em pé de igualdade. Os crachás de artistas convidados e participantes pagantes eram idênticos. Cada pessoa ainda ganhava um número no crachá e só havia uma outra pessoa com esse número em todo o festival (46 artistas, 154 participantes, 26 voluntários). Cada um precisava encontrar seu match e a equipe então faria uma polaroid dessa dupla. O jogo ficou apelidado de polaroid tinder e para a coisa funcionar era necessário vencer as barreiras linguísticas e sair conhecendo gente.

Conheci mexicanos, suecos, argentinos, poloneses, ucranianos, norte-americanos, ingleses, alemães, um japonês e inúmeros espanhóis.

Aida Navajas ao encerrar uma mesa de discussão sobre corpo e gênero, deu um tom muito bacana pro festival, pedindo às pessoas que levassem idéias e sensações para casa e que aquilo mudasse sua fotografia e seus experimentos.

Pawel Kula, o inventor da solargrafia, um cara que pesquisa a fotografia dos astros, do céu, me confessou que nunca viu o céu do hemisfério Sul. De repente, nessa rodinha surgiu então um papo sobre tudo que não conhecemos, pouca gente sabia que a Lua fica de ponta-cabeça no hemisfério Sul, que anda pro lado oposto, essas coisas.

Com a Chrystal Cherniwchan, minha colega de mesa sobre fotografia digital experimental, tive uma longa conversa sobre os limites do que o artista deve revelar sobre seus processos, um tema recorrente para mim. Nossa mesa teve poucas perguntas ao final, o festival ganhou um tom muito analógico e talvez nosso assunto rompa com a pureza que tanta gente busca na fotografia com filme.

O workshop com Virginia Dal Magro e Sara Poer foi incrível, algumas idéias muito interessantes sobre sobreposições de processos alternativos.

Ainda tenho que fazer um post só sobre a montagem da exposição, mas com calma. O resto você encontra aqui” https://refotografia.wordpress.com/tag/exp20

Galera curtindo o workshop de câmeras descartáveis da Kate Hook.

Entrada do Centro Cívico Patti Llimona foi o ponto de encontro do pessoal que procurava seu polaroid tinder.

Câmeras obscuras vestíveis do Justin Quinnell do https://pinholephotography.org/

 

O pessoal do E5 Process, um lab comunitário em Londres, organizou uma reunião para estruturar uma rede de laboratórios comunitários pelo mundo.

guilherme maranhão dimitri daniloff and chrystal cherniwchan

Na mesa do sábado, sobre fotografia experimental digital com Dimitri Daniloff e Chrystal Cherniwchan

Workshop da Sara Poer e da Viriginia Dal Magro sobre anthotipia e cianotipia.

Lab do IEFC

Reunião final na capela da universidade onde o IEFC fica localizado, era o único espaço que comportava essa galera.

Saguão do IEFC com a exposição do festival.

Guy Paterson mostrando seus processos.

Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.20 • Palestra Marc Lenot

Hoje é o segundo dia do festival e acabo de sair da palestra do Marc Lenot. Ele é um professor que estuda a fotografia experimental. Para conhecer mais dos seus textos você pode acessar o site dele: http://photographie-experimentale.com/

Marc dividiu sua apresentação em três partes principais: estratégias para desconstruir a realidade, estratégias para questionar a fotografia e estratégias para questionar o fotógrafo.

Na segunda parte, questionar a fotografia, ele listou algumas das estratégias mais usadas pelos experimentais, são elas: jogar com a luz, jogar com o tempo, jogar com a química, jogar com a impressão, desconstruir ou reinventar a câmera ou usar o corpo humano como câmera. Exemplos interessantes, me pareceu um grupo bacana de subdivisões para olhar os trabalhos experimentais que conheço por ai.

No final ele falou de motivações, ele trabalhou junto ao pessoal da organização do evento para entender quem eram as pessoas que viriam aqui e leu os manifestos individuais que foram usados para criar um manifesto único que será lançado aqui hoje. Ele listou diversos itens, entre os quais: subversão, aversão ao planejamento, perda de controle, pureza, nostalgia e dar tempo à reflexão. De fato, esses são os temas mais recorrentes nas conversas pelos corredores do festival.

Ele citou Flusser um número de vezes, coisa que é importante nas partes do mundo que o conhecem menos, talvez no Brasil e na Alemanha Flusser seja muito mais conhecido que aqui na Espanha. O fato é que essa distinção que Flusser faz dos funcionários para os fotógrafos experimentais que desvendam o conteúdo da caixa-preta é muito importante para os participantes desse festival. No momento das perguntas, lembrei do professor Wladimir Fontes e perguntei ao Marc se ele achava que chamar um fotógrafo de funcionário seria uma boa ofensa. Marc foi elegante e falou que obedecer regras não é um problema em si enquanto alguém sabe porque está as obedecendo.

 

 

Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.20 • Transparência

Daqui a 15 dias começa o Festival de Fotografia Experimental de Barcelona. Tenho me surpreendido cada vez mais com as informações que vou recebendo do pessoal de lá na medida em que os dias se aproximam, eles são super organizados e transparentes.

Dá uma olhada nessa página aqui e se por acaso você já viu isso em algum outro festival, me conta nos comentários:

https://www.experimentalphotofestival.com/transparencia

Eu estarei lá para uma mesa de debates na tarde de sábado, vou apresentar a história de diversos processos experimentais digitais com os quais eu me envolvi.

Festival de Fotografia Experimental em Barcelona EXP.20

Em janeiro vai rolar o Festival de Fotografia Experimental de Barcelona. O que mais me chamou atenção na programação é uma mesa redonda coletiva sobre porque “continuamos a fazer exposições experimentais com molduras da Ikea”. Talvez seja porque por €2 você compra uma moldura 24x30cm já pronta com passepartout com janela 15x21cm, são bem feitas e rápidas de montar. De qualquer maneira, acho que será um momento interessante para rever tudo que se faz já meio sem pensar, simplesmente porque é mais fácil ou barato.

Para conhecer mais sobre o festival e sua programação: https://www.experimentalphotofestival.com

Eu estarei lá para uma mesa de debates na tarde de sábado, vou apresentar a história das câmeras de CCD linear que eu construi com sucata de scanners.