Hoje é o segundo dia do festival e acabo de sair da palestra do Marc Lenot. Ele é um professor que estuda a fotografia experimental. Para conhecer mais dos seus textos você pode acessar o site dele: http://photographie-experimentale.com/
Marc dividiu sua apresentação em três partes principais: estratégias para desconstruir a realidade, estratégias para questionar a fotografia e estratégias para questionar o fotógrafo.
Na segunda parte, questionar a fotografia, ele listou algumas das estratégias mais usadas pelos experimentais, são elas: jogar com a luz, jogar com o tempo, jogar com a química, jogar com a impressão, desconstruir ou reinventar a câmera ou usar o corpo humano como câmera. Exemplos interessantes, me pareceu um grupo bacana de subdivisões para olhar os trabalhos experimentais que conheço por ai.
No final ele falou de motivações, ele trabalhou junto ao pessoal da organização do evento para entender quem eram as pessoas que viriam aqui e leu os manifestos individuais que foram usados para criar um manifesto único que será lançado aqui hoje. Ele listou diversos itens, entre os quais: subversão, aversão ao planejamento, perda de controle, pureza, nostalgia e dar tempo à reflexão. De fato, esses são os temas mais recorrentes nas conversas pelos corredores do festival.

Ele citou Flusser um número de vezes, coisa que é importante nas partes do mundo que o conhecem menos, talvez no Brasil e na Alemanha Flusser seja muito mais conhecido que aqui na Espanha. O fato é que essa distinção que Flusser faz dos funcionários para os fotógrafos experimentais que desvendam o conteúdo da caixa-preta é muito importante para os participantes desse festival. No momento das perguntas, lembrei do professor Wladimir Fontes e perguntei ao Marc se ele achava que chamar um fotógrafo de funcionário seria uma boa ofensa. Marc foi elegante e falou que obedecer regras não é um problema em si enquanto alguém sabe porque está as obedecendo.
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