Recebi recentemente o número de 2022 dessa revista sobre fotografia analógica que é produzida pelo Kalamari Klub, um coletivo sediado em Heidelberg, Alemanha, junto a um grupo de pesquisadores de física quântica da universidade de Heidelberg.

O número de 2022 é a segunda edição da revista. Participei do open call e fui selecionado para participar com imagens da série Transe.

Essa edição é entitulada Rauschen, palavra em alemão para o ruído como o dos sensores de fotografia digital.
Essa edição apresenta fotografias de 46 artistas que “exploram os mundos da arte e da ciência usando fotografia analógica” com muito espaço e cuidado, no design e na impressão. A edição traz com um pequeno texto de abertura que conta um pouco da história do coletivo, do trabalho junto aos pesquisadores e de como surgiu a revista.


Conta também com um texto de Pablo Giori sobre a história da técnica fotográfica e sobre fotografia experimental, além de uma entrevista feita pelo coletivo com os dois artistas que participaram das residências promovidas dentro da colaboração com os pesquisadores. A edição termina com uma ficha técnica sucinta.
O design de Daphne Braun é correto e elegante. As fotografias são acompanhadas dos nomes de seus autores e dos seus respectivos títulos. Alguns grupos de imagens tem também um pequeno verbete que explica o trabalho ou a situação como o trabalho foi criado.


Se eu pudesse falar de um incômodo, é que poderia haver um pouquinho mais de texto explicando essa opção ou algum texto que ligasse o nome da revista, o título da edição e os assuntos tratados por Giori. Maybe: será que passaríamos pelo Princípio da incerteza de Heisenberg? Rauschen: sobre a Relação sinal-ruído? Giori definitivamente bebe em Flusser, para quem o aparelho é um brinquedo que simula um tipo de pensamento. Onde chegaríamos?
Vale a pena visitar o site da gráfica que imprimiu a revista tão bem. É no mínimo curiosa a maneira como as pessoas que trabalham lá se apresentam das imagens, não vou explicar mais para deixar o suspense no ar.