Arquivo da tag: inkjet

Fuligem pode virar pigmento?

Passei esse inverno a olhar a lareira e pensar em como fazer um pigmento a partir da fuligem que junta lá dentro.

Com uma espátula e uma forma de aço, coletei um pouco da fuligem para um primeiro experimento. Acho que a base para tinta inkjet pode ser um bom começo.

Achei o site do artista Joseph Besch onde ele explica como ivory black e lamp black são feitos (com detalhes importantes de como reduzir o tamanho das partículas e etc). Mas além disso ela dá ótimas idéias de como afinar o tamanho do pigmento.

Depois um amigo me mandou um vídeo do Borut Peterlin onde ele usa a fuligem da chaminé dele para prints, mas esse é um outro processo (muito bonito e muito interessante, por sinal).

Entupimentos e tal

Voltei a tentar usar a R3000 e acabei descobrindo dois canais bem entupidos. Fiz uma série de modificações na impressora, ligando os tanques externos diretos às mangueiras para eliminar todos os problemas que poderiam ser causados pelo sistema de vácuo usado para tirar tinta do cartucho.

Ainda assim os entupimentos não forma embora, tentei desmontar a cabeça por completo e coloquei a superfície da cabeça em contato com líquido de limpeza para desentupir a cabeça, ainda não resolveu, mas rendeu o vídeo bonito abaixo.

Ainda para continuar essa investigação.

Novos texto sobre tintas inkjet e suportes reaproveitados

“Desde minhas experiências com as tintas a base de carbono que eu imagino que seria possível fazer algo parecido com tintas coloridas também. As tintas a base de carbono, como expliquei naquela série de artigos, tem a grande vantagem de ajudarem a desentupir canais já aparentemente comprometidos e de não necessitar de todos os canais/cores, ou seja, podem ser usadas com impressoras que de fato tem canais por onde não passa mais tinta.


Minha curiosidade dependia então da impressora certa aparecer, nas condições ideais. Em 2020 ganhei uma impressora. É uma Epson R3000 que seria descartada e que tinha alguns cartuchos ainda com tinta e alguns vazios. Ao tentar ligar a impressora, ela imediatamente reclamava do cartucho PK vazio e parava ali.
Me pus a pensar em como comprovar se ela ainda estaria apta a funcionar, sem incorrer em gastos. Meu orçamento era bem pequeno, teria que completar com a minha paciência.
Comparei preços dos cartuchos que faltavam com kits de cartuchos recarregáveis vindos da China, considerei as etapas seguintes…”

O resto do texto está disponível em: https://efecetera.com/tutorial/impressao_inkjet_com_tintas_reaproveitadas/

Outra maneira de encontrar esses conteúdos é pela barra lateral aqui do blog. Criei links para meu conteúdo nos sites Efecetera, PetaPixel e Emulsive.

Inkset colorido feito em casa na Epson R3000

Essa história começou em Agosto de 2020, chegou aqui uma impressora Epson R3000 que tinha uns entupimentos. Me ocorreu de tentar fazer um inkset colorido improvisado em casa, usando a diluição do Carbono como exemplo e tintas vencidas ou de outros fabricantes como base.

Cheguei a fazer um post em Setembro de 2020 sobre essas idéias. Tinha conseguido umas tintas vencidas. Depois fiquei esperando a tinta amarela chegar da China. Isso só aconteceu entre o Natal e o Ano Novo. Então, no dia 31 de dezembro, aproveitando a tranquilidade que reinava na casa, fiz um primeiro teste.

Misturei a base usada para diluir o carbono e carreguei os tanques tipo CISS que eu instalei na R3000. A base foi usada para fazer o Light Cian, o Light Magenta, o Light Black e o Light Light Black. O Light Cian diluiu e ficou bem depois de 24h. O Light Magenta apresentou alguma separação. O pior foi o LLK, esse não misturou bem mesmo e algumas horas depois já estava separando.

De qualquer maneira, segui em frente. Ao ligar a impressora dessa vez, veja que já tinha usado os cartuchos com líquido de limpeza para um teste curto, a impressora ficou puxando tinta um bom tempo. Imagino que estava cuspindo a tinta parada na cabeça.

Eu tinha providenciado o software de manutenção para fazer um ink charge, mas deixei de lado. Pude ver a quantidade de tinta que foi puxada pela mudança no nível dos tanques.

Ainda tive um pequeno susto, perfurei um dos tanques internos e muita tinta se esvaiu para dentro da impressora. Fiz um reparo temporário e continuei.

Fiz algumas cópias com um papel genérico e brilhante, mas não tenho certeza de que a tinta nova já chegou à cabeça da impressora. Parece que ainda estou usando a tinta que estava parada lá dentro. Em algum momento será possível expelir toda a tinta velha e o líquido de limpeza, e dai sim chegar à tinta nova.

Encomendei novos tanques para poder parar de usar o que foi perfurado. Agora vou atrás de um papel fosco que eu possa usar nesses experimentos.

Um inkset colorido para uma R3000 abandonada

Há uns dias apareceu por aqui uma Epson R3000 que estava parada por pelo menos um ano, depois de muito pouco uso ao longo dos seus 10 anos de vida. Ela ligou, o que é bom. Um cartucho (PK) está vazio, então não há muito que se possa testar do seu funcionamento.

A R3000 usa o inkset Ultrachrome K3 com as seguintes cores: Photo Black, Matte Black, Light Black, Light Light Black, Vivid Magenta, Light Vivid Magenta, Cian, Light Cian e Yellow.

Minha idéia para recuperar essa impressora era:
• conseguir uns cartuchos recarregáveis pelo Ali Express
• encontrar tintas pigmentadas na cores Preto, Magenta, Cian e Amarelo
• diluir as tintas como fiz com a diluição do carbono criando assim as faltantes

Consegui com um printer local uma série de cartuchos abandonados, entre eles esses da foto que estavam vencidos desde 2000. Busquei informações em diversos canais sobre eles e descobri que eram mesmo de corante, não de pigmento. Inclusive um colega num fórum sobre impressoras diz que essa tinta eram muito sensível ao ozônio e havia um papel Epson específico para fazer a cópia durar mais. Ou seja, meio complicado de reproduzir hoje em dia.

Os outros cartuchos, parciais dos que são usados na Epson 11880, devem servir para Cian, Magenta e Preto. Ainda falta um amarelo, mas a busca continua.

Novos textos sobre a tinta de carbono feita em casa

Já no ar a segunda parte da série sobre tinta de carbono nas impressoras inkjet. Nessa etapa conto um pouco das tintas feitas em casa e de como configurar isso no computador: https://efecetera.com/tutorial/jato-de-tinta-de-carbono-parte-2/

Se ainda não tinha visto essa série de experimentos, foram impressoras Epson 4900 e 1400 que eu converti para usar com tinta de carbono.

Recentemente inclui na barra lateral alguns links para meu conteúdo nos sites Efecetera, PetaPixel e Emulsive, também servem para localizar esses textos entre diversos outros.

O tempo dos processos

No domingo passado estive no Tira-Olhos em Lisboa como um post recente pode atestar. Lá rolou uma cena interessante. Eu estava sentado no banco que fica ao pé de uma janela grande por entra luz difusa que preenche o ambiente. Escutava de longe a conversa despretensiosa entre a Paula Lourenço e Simone Wicca, que ocorria justamente no topo da escada que dá para a subsolo. É no subsolo onde fica o laboratório e de onde vinha um cheiro leve de éter. Esse odor específico para muitas pessoas lembra hospital, para outras lembra carnaval e para uns pouco remete à dificuldade que é fotometrar a luz ultravioleta, me incluo nesses últimos.

As duas, que tinham acabado de se conhecer, trocavam pequenas notas sobre os diversos processos históricos que cada uma desvendou ou estudou. Enquanto eu cá com as minhas idéias pensava que cada frase ali naquela conversa, por exemplo explicando o efeito da concentração de citrato ou qualquer outra coisa que o valha, significava um período de tempo. Porque para aprender um processo arcaico de fotografia, para desvendar suas etapas e detalhes cruciais, se exige tempo. Um frase naquela conversa poderia valer um ano de vida, seis meses de estudo ou vinte folgas seguidas ao longo de um trimestre. Se você quer saber quais folhas quando maceradas darão um tom mais rosados às imagens de antotipia, você precisa sair pelo seu bairro, coletar diversas folhas e fazer testes. A vida acadêmica não é muito diferente, na verdade, na academia os tempo podem até ser mais longos.

Onde eu quero chegar? Eu dediquei tempo assim também para aprender processos analógicos, mas será que os processos digitais são diferentes? Imediatamente comecei a elencar lembranças. As primeiras leituras sobre CCD linear fiz em 2002, construi a primeira câmera a partir de um scanner de mesa em 2004 e quando cheguei à quarta versão dessa câmera em 2009 me dei por satisfeito finalmente. Em junho de 2012 eu fiz a primeira limpeza no Cezanne recuperado, mas foi só em agosto de 2016 que eu consegui consertar o problema que causava uma formação de linhas paralelas nas imagens. Um ano depois talvez eu finalmente tenha entendido a maneira correta de usar a interface arcaica para corrigir a base marrom dos negativos coloridos. A história mais recente com a Epson 4900 e a tinta DIY a base de carbono foi outra que consumiu bastante tempo e ainda não chegou ao fim.

Talvez a impressão das imagens digitais com pigmento mineral seja um grande exemplo. Lembro vivamente de ler no fórum LFPF um cara dizendo que tinha instalado uma impressora e depois de uma semana tudo que ele tinha descoberto é que ele era um péssimo fotógrafo. Pois bem, é difícil mesmo transferir a imagem que se mostra bela na tela para o papel sem perder o frescor e o impacto, isso requer aprendizado e não somente gerenciamento de cor. Talvez nossos olhos sejam mais permissivos com a tela e não se deixem seduzir por qualquer coisa no papel, não sei, mas o fato é que é bem fácil estragar uma cópia.

Epson 4900 • investigação

Depois que o erro 1A39 foi, ele voltou e ficou. Decidi salvar umas peças da impressora para uma outra que ainda funciona, por enquanto.

O Claudio Machado veio bisbilhotar essa impressora. Ambos curiosos, desmontamos tudo, só não rompemos os canais de tinta, impressora babando ninguém merece…

Guardei tanques de manutenção, cortador, unidade de rolo de papel, painel frontal.

Queria aproveitar e deixar um abraço aqui para o cara que inventou os cartuchos de impressora com chips que são auto-ressetáveis, cara isso é lindo e mágico!

Carbono • é… entope também…

Acabei ficando um mês e meio sem usar a impressora e duas cores que estavam entupindo com facilidade, acabaram entupindo para valer. Diversas noites com limpa-vidros aplicado no parking pad não resolveram nada, várias limpezas também não.

A impressora tinha 3 cores que já não iam bem antes, com isso fiquei com apenas 5 cores funcionando e um inkset de 6 tons de preto. Mudei o 100% para o canal Magenta que ainda estava bom, mantive 30%, 9%, 6% e 2%. Perdi o canal de 18%. Refiz os cálculos dos crossovers e criei um novo descriptor file.

O QuadToneRip entende a impressora e a localização das tintas a partir de um arquivo chamado QuadTone descriptor file, que é apenas um arquivo TXT mais ou menos assim:

# QuadToneRIP curve descriptor file
# for 4900 with T474 Epson Archival Ink diluted inkset

PRINTER=Quad4900
CALIBRATION=NO
GRAPH_CURVE=NO

N_OF_INKS=10
DEFAULT_INK_LIMIT=65

LIMIT_K=0
LIMIT_C=0
LIMIT_M=0
LIMIT_Y=
LIMIT_LC=
LIMIT_LM=
LIMIT_LK=0
LIMIT_LLK=
LIMIT_OR=
LIMIT_GR=

#
# Describe usage of each ink
# All inks must be listed
#

# Gray Partitioning Information

N_OF_GRAY_PARTS=6
GRAY_INK_1=OR
GRAY_VAL_1=100

GRAY_INK_2=LM
GRAY_VAL_2=40

GRAY_INK_3=LC
GRAY_VAL_3=30

GRAY_INK_4=Y
GRAY_VAL_4=20

GRAY_INK_5=LLK
GRAY_VAL_5=10.5

GRAY_INK_6=GR
GRAY_VAL_6=5

GRAY_INK_7=
GRAY_VAL_7=

GRAY_HIGHLIGHT=6
GRAY_SHADOW=6

GRAY_GAMMA=1
GRAY_CURVE=

# Toner Partition Information

N_OF_TONER_PARTS=0
TONER_INK_1=
TONER_VAL_1=
TONER_INK_2=
TONER_VAL_2=

TONER_HIGHLIGHT=
TONER_SHADOW=

TONER_GAMMA=
TONER_CURVE=

# Unused Inks

N_OF_UNUSED=6
UNUSED_INK_1=C
UNUSED_INK_2=M
UNUSED_INK_3=OR
UNUSED_INK_4=Y
UNUSED_INK_5=LM
UNUSED_INK_6=LC

UC_NEUTRALIZER=NO

A parte do gray partitioning information é o X da questão. E foi ali que eu mudei o número de canais e onde eles estavam posicionados. Refiz o ink charge do lado direito e bati uma calibração para ver se tinha as 5 tintas funcionando 100%. A matemática não falhou e fica muito difícil achar uma diferença entre as cópias com 6 tons e das de 5 tons.

Update #1 21/02/19: perdi mais um canal, o Y, agora tenho 4 tons de carbono e continuo indo.

Update #2 21/02/19: erro fatal 1A39, a cabeça morreu. Isso explica o dropout de amarelo.

Update #3 28/02/19: uma das possibilidades de um erro 1A39 é um curto no flexível que vela os comandos à cabeça de impressão. Uma checagem possível é remover a cobertura da cabeça (seis parafusos philips) e recolocar o flexível grande à esquerda da cabeça. Fiz isso e a impressora foi capaz de realizar um teste de cabeça sem soluços. Essa semana parada gerou uns entupimentos. Coloquei líquido no parking pad e vou deixar umas horas antes de tentar limpar.

Carbono • primeiros testes com Matt Fibre 200gsm

Contei um pouco do processo de criar um inkset de carbono e instalar esse inkset numa impressora Epson aqui.

No caso do inkset que criei, optei por um tinta que só serve para papéis matte. Escolhi um rolo de Matt Fibre da Hahnemuhle para começar a operar essa impressora.

Defini os limites de tinta e criei o descritor básico para o papel. Ainda não linearizei, mas acho que os prints estão fiéis aos arquivos.

Ainda estou me entendendo com margens e etc para aproveitar melhor o papel de rolo.

Fiz algumas provas de imagens em infravermelho da Patagônia e também de um reveillon. Essas últimas provas fazem parte desse trabalho que reune os registros dos últimos 25 reveillons que vivi.