Arquivo da tag: objetiva

Sony a3000 e objetivas de aparelhos

No último post contei um pouco dos primeiros experimentos com a Sony a3000. Depois disso fui atrás de maneiras de adicionar a ela algumas objetivas de aparelhos estranhos que eu tinha guardadas comigo.

A primeira objetiva era uma objetiva sem marca, mas que eu acho que foi tirada de um scanner Scitex Smart 340. A distância focal está ali perto dos 30mm, mas não tenho certeza também.

Usando os desenhos do Rodrigo Silva (disponíveis aqui) e com impressão do Jaerder, colei essa objetiva num mount com helicoidal para M39.

Ficou quase uma objetiva normal para APS-C, ainda tenho que testar um dia em full frame e ver se cobre. O plano focal é bem plano e a performance em infinito é OK, mais ou menos o que se esperava se uma objetiva desenhada para fotografar um documento tamanho A3 com um sensor pequeno.

A outra objetiva que eu testei foi uma Polaroid 36.6mm tirada de um Palette, um dispositivo para imprimir imagens digitais em filme 35mm, ao contrário da primeira essa provavelmente foi desenhada para conversões 2:1.

Fiz uma montagem bem simples para essa, uma tampa de corpo comprada no AliExpress e um pedaço de K-Line (Gator Foam). Furei o suficiente para a objetiva entrar no buraco e depois ao rodar a objetiva ela mesma fez uma rosca temporária no K-Line.

O foco no centro do quadro é muito bom, mas nos cantos a imagem “escorre” para fora, evidência de um design muito específico para uma determinada aplicação.

Essa daqui ainda falta tentar rosqueada de trás para frente para ver se muda alguma coisa ou se fica ainda mais interessante.

Mais experiências com objetivas

Essa objetiva Kawanon 180mm f/3.5 com sistema preset de diafragma chegou precisando de diversos cuidados, aparentemente ele foi desmontada para alguns reparos que não chegaram a ser executados. A primeira coisa que percebi é que ela era muito pesada na frente, uma característica frequente das objetivas com design sonnar e isso já me deixou empolgado.

Ludwig Bertele desenvolveu a primeira objetiva Sonnar para a Zeiss em 1929, uma 50mm f/2, passou os anos seguintes em busca de uma versão mais clara e tentando resolver alguns problemas. Em meados da década de 1930 ele desenhou uma 135mm f/4 baseada nesse design e esse objetiva foi copiada por diversas empresas. Essa 180mm parece ser baseada nesse design da 135mm por conta da complexidade do elemento traseiro. O que eu posso esperar dessa lente? Imagem de qualidade no infinito para paisagens, um belo desfoque ajudado pelas 12 lâminas, nada muito especial nas distâncias mais curtas.

Depois de descobrir a sequência correta de montagem da parte da frente pude acessar um parafusos que estava frouxo. Faltava uma mola circular que dá a pressão do sistema preset, roubei uma de um filtro 62mm e fui em frente na remontagem.

A segunda experiência foi usar um corpo de câmera Konica para receber objetivas difíceis de serem convertidas. O registro da baioneta Konica AR é de apenas 40.5mm, ou seja, sobra mais espaço entre corpo e lente para converter objetivas diversas.

Esse primeiro teste foi com uma objetiva Trioplan com baioneta Exakta. Simplesmente adicionei uma baioneta de um corpo Exakta à câmera Konica com o auxílio de um espaçador de 0.5mm para alcançar os 4.2mm de diferença.

Alguns testes com objetivas

Volta e meia aparecem lentes que não foram feitas para câmeras fotográficas ou de cinema, se tornou comum tentar de alguma maneira instalar essas lentes em câmeras para estudar a maneira como elas vêem o mundo.

Aqui acima uma objetiva de ampliador de segunda linha junto a um helicoidal de uma Helios 44-2 e um anel adaptador de M42 para EOS, assim nasce uma 75mm para Canon que é um triplet. Mas qual a utilidade de uma triplet?  Além do desfoque mais bonitinho, as triplets podem oferecer um desenho das texturas mais macio para um retrato.

Acima e abaixo objetivas de máquinas de microfilmagem da Olympus. Determinar a distância que a imagem de forma a partir da traseira da lente é o primeiro passo para saber se terá utilidade. Qual a utilidade dessas lentes? Não faço a menor idéia…

Testei a objetiva Dioptro Petzval 60mm

Ontem tive a oportunidade de experimentar um protótipo da lente 60mm Petzval da Dioptro, uma objetiva para câmeras SLR e DLSR Made in Brazil! O Wagner e o Rogério da Dioptro estarão na FRoFA (24/06, próximo domingo) com esses protótipos para os visitantes poderem experimentar. Ha!

Olha só o depoimento que eu tomei do Wagner ontem e na sequência imagens feitas com essa lente numa Canon 5D Mark II:

 

Testes com uma 800mm f/5.6

O Bento me emprestou essa objetiva para uns testes rápidos. A objetiva é da época em que a Canon usava o mount FD, logo necessita de adaptador para EOS e veio um mas que funciona como um TC de 1.26x.

Fazer foco manualmente funciona bem para objetos distantes e com a objetiva fechada dois pontos achei o foco bem razoável para o ângulo de visão resultante.

Essas fotos foram feitas em uma Canon 10D bem antiguinha que ainda funciona normalmente. Uma delícia de usar! Foi minha primeira digital.

Oficina • Objetivas Fotográficas

Começa dia 16 de janeiro ali no IMS Paulista:

https://ims.com.br/eventos/oficina-objetivas-fotograficas/

Update:

Algumas imagens do que rolou na oficina.

Depois de cada teste a gente revelou as chapas e fez provas de contato no lab do IMS.

As provas de contato dos negativos em filme raio-x.

Um agradecimento especial pro Adonay que foi modelo na terceira aula e pro Rodnei que foi na segunda.

Aqui a última aula com o debate sobre o resultado do teste de 5 objetivas com designs diferentes.

Testes com a Yashica A

Talvez a Yashica A seja a maneira mais prática e em conta de se obter um triplet de grande abertura (80mm f/3.5 Yashimar) para uma câmera de formato pequeno (6x6cm) e que ofereça o tal do swirly bokeh (nenhuma da imagens desse post dão conta de demonstrar esse bokeh super bem, a terceira imagem apenas parcialmente, mas é viável e bonito).

Com os preços que as Trioplan estão agora e tudo mais que tenha apenas 3 elementos, não consigo imaginar outra câmera e lente que ainda esteja tão barato e que ofereça esse tipo de desfoque tão desejado recentemente.

Me dei conta disso outro dia num post de uma outra pessoa num grupo no Facebook. A imagem tinha os círculos no fundo e eu imediatamente lembrei que tinha uma A lá no Celso, carente de uma limpeza e de um carinho. Dei o trato, limpei o melhor que pude e ainda dei uma garibada no couro do case.

Para o teste usei um rolo de um NPL e um rolo de Superia 100. O NPL ficou esquisito como tinha que ser e o Superia lidou bem com a super exposição massiva que recebeu. A Yashica A tem apenas 4 velocidades diferentes (25, 50, 100 e 300) e para aproveitar o que a lente oferece de melhor só usando ela em f/3.5.

Usar 1/300 e f/3.5 num dia de Sol é luz demais para um ISO 100, mas é o que temos então melhor optar por negativo cor e torcer para dar certo.

95mm Printing-Nikkor • montagem em helicoidal

A objetiva 95mm Printing-Nikkor é uma objetiva usada em equipamentos de telecinagem para na hora da cópia alterar o tamanho do fotograma. Por exemplo, para copiar filme 16mm em filme 35mm que será projetado e vice-versa. Ou seja, ela é otimizada para 1:2 ou 2:1 dependendo da posição, possui roscas idênticas em ambas as extremidades (45mm) para ser montada nos equipamentos. Uma outra característica pouco comum é que ela tem o plano de foco extremamente corrigido e quase nenhuma distorção quando usada nessa situação.

95mm printing-nikkor lens

Comecei a estudar a possibilidade de montar a lente num suporte que tivesse rosca M42 e ao mesmo tempo um helicoidal para possibilitar o foco.

helios 44m helicoidal

Removi o conjunto ótico de uma objetiva Helios 44M, usei um anel de um adaptador T-Mount para fazer um espaçador e até coloquei um adaptador de Pentax M42 para Nikon F.

A próxima imagem mostra o espaçador sendo colado na frente do helicoidal.

IMG_8441

Se usado com o adaptador para Nikon F, a objetiva pode ser focada no infinito, o que não é super interessante, mas pode ser útil. Com a rosca M42 posso montar a objetiva num fole e dai sim obter os 1:2 ou 2:1.

IMG_8444

O anel de diafragma da Helios nada faz, está desabilitado.

O novo e o velho

Resolvi explorar o mundo das câmaras sem espelho e as possibilidades de usar as lentes mais antigas e obsoletas que eu possuo nelas.

20140728-161004-58204638.jpg

Interessante como pesquisar esse assunto me faz encontrar uma série de pessoas em busca de uma qualidade fotográfica perdida no avanço da tecnologia dos vidros, dos coatings e etc.

As lentes não precisam mais ter a resolução absoluta, o desfoque é importante e tem o seu valor. Avaliações qualitativas e não quantitativas das objetivas são mais interessantes. Mais um menos o que eu venho tentando fazer por aqui com tudo que é velho já faz uns anos.