Arquivo da tag: Laboratório P&B

Nostalgia com os labs

O primeiro foi num quartinho dos fundos na casa da minha mãe. Acho que essa é a única foto que ainda tenho dele. Detalhe para o corte que fiz no tampo da mesa para poder fechar a porta do lab.

Depois cheguei a ter um por uns tempos na minha casa, ele foi desmontado e montado novamente quando voltei do ateliê com o lab. É confuso, mas mostro esse depois.

O seguinte foi quando morei no Canadá, ele era num canto da cozinha. Um tecido bege cobre as coisas nas prateleiras, mas não esconde a bagunça. Gosto de como a coluna do Elwood quase bate no teto.

Depois veio o ateliê na Tabapuã, esse foi o mais espaçoso e sensacional que eu já tive, uma pena que durou tão pouco. Mas foi bem aproveitado, fiz algumas cópias grandes lá e consegui padronizar a revelação de filmes, juntei mais tranqueiras e deixei ele bem cheio.

As fotos acima eram com ele arrumadinho (para mandar para uma revista), abaixo dois flagrantes do dia-a-dia. Detalhe para as duas copiadoras que faziam; a chave cair e para a câmera pinhole grandinha que eu descolei. As caixas de madeiras grandes eram resto de uma mudança e coloquei rodinhas para poder mudar as coisas de lugar mais facilmente no lab, dependendo da necessidade.

Mas já na Tabapuã, tinha um outro espaço que ia ganhando importância, veja a pilha de scanners esperando serem desmontados nessa imagem. Detalhe para esse monstro que rodava Windows 98 e para o parassol que eu instalei no monitor.

Mais tarde, no outro ateliê na Rua Tabapuã, esse espaço de experimentação digital mais crescer um pouquinho mais.

O laboratório da Itacema aparece nesse vídeozinho aqui, é bem apertado o espaço, mas dá para ter uma idéia.

Carlos Moreira no Foco Crítico

Carlos Moreira nos deixou no início de Junho de 2020. Naquele dia, acabei compartilhando de bate-pronto esse vídeo pelo Facebook, uma breve entrevista no Foco Crítico em que falamos das cópias da exposição no Valongo em 2016.

O vídeo é uma rara oportunidade de ouvir ele falando sobre as cópias que ele produziu nos anos 80, suas preferências de papel e tamanho de cópias.

Filme gráfico em formato 120 • Ampliação

Logo que eu vi os contatos desse filme me encantei com essa imagem. Há uns 9 anos eu tentei fazer a mesma imagem em 8×10″, mas encontrei umas dificuldades com o filme colorido que eu usava na época. A exposição de 1 segundo garante que a espuma das ondas quebrando nas pedras vire uma massa branca, no filme de 2009 isso não ficou tão interessante.

O filme de 2019 em si trouxe algumas marcas e pequenos mofos que ficam mais visíveis na cópia de 80x100cm. O contraste exacerbado do filme ajudou o papel dos anos 80, o revelador que eu misturei também, uma variação do GAF 110 com menos sulfito, para arriscar um pouco de revelação infecciosa. Não apareceu tom de lithprint, mas ficou bem frio como Kodabromide deve ser, apesar de ter apenas hidroquinona no revelador.

Para projetar a imagem enorme, deitei a cabeça do ampliador numa prateleira e prendi o papel na parece oposta com clipes fortes!

Revelei na calha e o tempo longo da hidroquinona sozinha foi bem proveitoso para evitar excesso de manchas.

Nessa segunda imagem expus o papel ainda mais, cortei o tempo da revelação um pouco também, as bordas das áreas escuras parecem mais o efeito do lithprint, ou seja, houve mais revelação infecciosa.

Ainda falta o refile das bordinhas, acertar as cópias no esquadro, mas para um papel vencido há 30 anos, ter detalhes em branco já é uma vitória enorme.

Estratégias para papéis velhos • Lith Printing

Dentro os diversos papéis que eu guardei nos últimos anos existem alguns muito interessantes que foram ficando cheios de marcas e mofos. Acho que existem 3 estratégias principais para reaproveitar esses papéis e são elas:

• adicionar brometo de potássio ou benzotriazol ao revelador usado num processo normal de revelar papéis (por exemplo: Dektol, stop e fixador), a mais simples e com pior resultado;

• utilizar um revelador diferente que dê menos véu de base em papéis, lith print entra aqui, já que o revelador de chapa litógrafica dá menos véu e ele substitui o Dektol, por exemplo. Outros exemplos aqui e aqui. Não tão simples, com resultados interessantes, mas nem sempre os melhores;

• superexpor a cópia, revelar normalmente e depois rebaixar a cópia com Farmer’s, por exemplo. A superexposição serve para garantir os pretos depois do rebaixamento. A mais arriscada, com os melhores resultados.

Mas vou falar um pouco sobre o lith print hoje, contar alguns detalhes e linkar artigos anteriores que tratam desse assunto.

Diferentes papéis dão diferentes tons com lith print. Diferentes reveladores também! Existe uma infinidade de reveladores que se prestam a isso, em geral eles têm apenas hidroquinona como agente revelador e a quantidade de sulfito é ajustada para permitir a revelação infecciosa, já falei disso antes e não foi só essa vez.

Alguns papéis estão tão velhos que as manchas aparecem não importa o que se faça, outros não tão velhos acabam ficando com cara de novos, apenas com um tom mais quente que o normal.

Considerações sobre impressão

Ontem participei da oficina no IMS inspirada nas platinas do Irving Penn (Irving Penn: oficina de experimentações no IMS Paulista) e com Ailton Silva, Joanna Americano, João Luiz Musa, Leonardo Bittencourt, Millard Schisler e Sergio Burgi. O assunto da impressão fotográfica foi o tema central da coisa e isso está queimando aqui agora e nada sequer perto de uma conclusão para o assunto ou certezas para a vida, então entenda que esse post é apenas um monte de coisas.

Duas semanas atrás eu pesquisava textos para balizar uma discussão no grupo QF no Face. A discussão era sobre os limites dos experimentos que se pode fazer para explorar a fotografia analógica. Obviamente não existem limites, nem devem haver, mas fui capaz de encontrar algumas pessoas tentando dar essas tais balizas para cada um encontrar seus próprios limites ou fronteiras.

O primeiro texto que linkei lá é do David Kachel, criador dos SLIMT’s (uma série de métodos de revelação que sucederam o Zone System nos anos 90). Esse texto relaciona fórmulas publicadas erradas, grupos de Facebook, o ofício da impressão de fotografias, os arrependimentos de Ansel Adams. É uma visão muito pessoal, cheia de emoção. O tom desse texto puxa para o agressivo, não se deixem levar pelo desânimo dele, dá para discutir esses pontos com um pouco menos de emoção, mas é importante ele elencá-los juntos.

Depois eu falei do Paul Roark e das dicas dele para misturar as tintas de inkjet, apresentei ele assim lá: “O segundo texto é um PDF de um cara chamado Paul Roark, esse é o cara que fica panfletando a idéia de hackear as impressoras Epson e encher elas com as tintas que vc faz em casa usando carbono. Então antes de você, que leu o texto anterior, me falar que não é possível percorrer o caminho descrito pelo texto de Kachel, porque imprimir é caro demais no BR, vasculhe esse PDF, deixe a coisa assentar na sua mente, se quiser ver uma impressora funcionando assim, chega aqui no ateliê, eu explico como faz no meu blog, em português também.” Para achar dê um google em “Paul Roark BW Info”. São muitos PDFs, ali tem a base da conversão da impressora que eu fiz, procure o tag carbono nesse blog para ver esse hack.

Depois arrematei a parte que tocava no assunto impressão com o seguinte comentário: Vou citar aqui um trecho de Filosofia da Caixa Preta de Vilém Flusser, do capítulo da Distribuição das Fotografias: “Mas o que distingue as fotografias das demais imagens técnicas é que são folhas. E por isso se assemelham a folhetos […] o que conta em fotografias é a possibilidade de serem distribuídas arcaicamente.” Esse capítulo é importante para essa discussão da impressão, afinal não é a toa que o Kachel insiste que as imagens tem que ser impressas.

Beleza, então até aqui foi história.

Ontem a discussão avançou pelo processo do Irving Penn com platina detalhado num livro cujas páginas foram projetadas na tela, olhamos diversas imagens do lab dele nos anos mais produtivos.

Um lab para platina, como um lab para colódio, é planejado levando em conta o tamanho da imagem final que será feita. Não é como um lab p&b, que com um jogo diferente de bandejas e um marginador novo, já muda de tamanho a cópia.

Um ponto recorrente da discussão foi o fato dele usar como matriz positivos feitos com Kodachrome, ampliá-los em filmes de cópia para fazer negativos grandes que depois seriam contatados na platina. Esse processo era muito elaborado e complexo, principalmente quando se tinha 3 negativos distintos para mascarar a impressão na platina e expandir os tons da cópia, isso ainda exigia que o papel fosse colado em alumínio para não mudar de tamanho após cada série de banhos e secagem. Nada que seja necessário hoje em dia, uma manipulação simples e um negativo impresso em Pictorico resolve a maioria dos problemas.

Mas o que mais me pega ultimamente, ao olhar os processos é contabilizar o tempo que cada imagem impressa vai custar, o tempo que cada imagem capturada tomará. Ao longo da oficina de ontem, vi vários processos como platina e dye transfer, mas o tempo que cada um toma é algo a ser pensado antes da empreitada.

Sensitometria e Densitometria

Fuçando num livro, achei menção a uma fórmula antiga de revelador, digitei o nome dos caras que tinham inventado isso e acabei conhecendo os figuras que inauguraram a Sensitometria e a Densitometria. Bah!
Mais voltas pelo Google e achei uma publicação de 1920 com a transcrição dos cadernos deles usados nas pesquisas nos idos de 1896.
Os caras escreviam para os fabricantes cobrando um padrão quantitativo para a sensibilidade à luz das emulsões, algo tão simples para a fotografia atual…

Os tios são esses aqui. E aqui temos o tijolo.

Meu Laboratório em 1998

Depois do último post localizei uma imagem de como era o lab em 1998 logo que acabei de montá-lo com madeira reciclada de embalagens de autopeças.

É, eu tinha cabelo… Logo descobri que a caixa de som fazia o ampliador vibrar, mudei ela de lugar.

Prática Fotográfica • Meu Laboratório

Esse vídeo eu fiz em 2012. Esqueci dele. Fiz o upload no Vimeo em 2014. Esqueci dele novamente. Está um pouco datado, mas conta coisas interessantes do lab, inclusive detalhes que não existem mais.

Tenho o lab nesse local desde 1998, muita coisa mudou.

Meu lab no Jornal da Band

Ontem um equipe da tv esteve aqui e registrou algumas imagens para uma matéria sobre quantidade de imagens que produzimos hoje em dia.

http://noticias.band.uol.com.br/jornaldaband/videos/ultimos-videos/16332118/trilhoes-de-fotos-sao-tiradas-todos-os-anos-no-mundo.html

Oficina • Negativos Digitais

Começa dia 18/10 no Sesc 24 de Maio: https://m.sescsp.org.br/#/cursos/134208

Existe uma esquina entre a fotografia digital e o laboratório preto-e-branco quando uma imagem obtida em uma câmera digital é impressa sobre um filme para depois ser impressa por contacto sobre um papel fotográfico. Com criatividade, uma impressora inkjet caseira e um pacote de transparências vamos criar negativos que podem ser usados para fazer cópias preto-e-branco no laboratório. Vamos estudar o uso das cores e das curvas para controlar os tons da imagem final.