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Fotografia Estenopeica na Sala Aberta do CPF

No início deste ano participei de um open call para uma exposição de fotografia estenopeica organizada pelo António Campos Leal.

E ele descreve a exposição assim:

“Pela primeira vez convidamos os praticantes de Fotografia Estenopeica – nacionais e residentes em Portugal – a enviar trabalhos para uma apresentação integrada no “Worldwide Pinhole Photography Day” / Dia Mundial da Fotografia Estenopeica.

E pela primeira vez a Fotografia Estenopeica foi “convocada” para estar em destaque no Festival Internacional de Fotografia de Avintes.
Doze autores responderam ao convite e fizeram-se representar com o seu trabalho.

São eles: Adelino Marques, Ana Sousa, António Campos Leal, António Martins Teixeira, Augusto Lemos, Conceição Magalhães, Centro Educativo de Santo António no Porto_“Este_Espaco_Que_Habito”, Fábio Simões, Guilherme Maranhão, Óscar Valério, Séverine Morizet e Rui Apolinário.

Sala aberta é a mostra coletiva de fotografia estenopeica que reúne os trabalhos destes autores, os quais nas suas diferenças nos mostram alguns dos caminhos criativos que a Fotografia Estenopeica nos propõe.”

Aqui abaixo a minha imagem que faz parte desse grupo de 12.

Repensando as pinholes

Tudo começou com a tal Super8 que eu consertei. Falei dela aqui no post do dia 23 de fevereiro de 2023. A sério? Sim! 23/02/2023.

Estava com um deadline do Festival de Avintes na cabeça, algo relacionado ao Dia Mundial da Fotografia Estenopéica. E comecei a pensar em câmaras para construir. Essa ideia deu origem a uma conversa, mas isso talvez vire algo mais um dia. Mas decidi não construir nada agora.

Há muitos anos que eu não fazia uma fotografia estenopéica, ou pelo menos eu pensava assim. Tinha esquecido a solargrafia do ano passado. Fui olhar a câmara que eu usei, não era o que eu queria.

Queria usar filme raio-x, porque o revelador estava pronto. Lembrei da câmara 13x18cm inspirada na do Bill Brandt.

Quando percebi já tinha preparado o furo, colado numa placa orfã para dessa minha point-and-shoot de 13x18cm. Num ímpeto, fui para a garagem. Tem esse scanner que eu peguei no lixo, estou tentando fazê-lo voltar a funcionar, a luz já acende quando ligo na eletricidade. Com a luz ligada, fiquei dançando com ele sobre minha mesa de trabalho, por uns 15 minutos.

Pronto, a chapa foi exposta.

Medi a temperatura da água, era 13,6C. Dobrei a quantidade de Rodinal, dobrei o tempo de revelação. Já está.

Fiz outras imagens além dessa, escolhi uma para mandar.

Passo tanto tempo sem considerar o pinhole, mas quando o faço, tudo vem tão fácil. É dessas coisas que vem de tanto tempo atrás, que ainda estão comigo e, com sorte, sempre estarão.

Solargrafia • de um solstício a outro

Começamos essa solargrafia mais recente no solstício de inverno e agora ficou pronta no solstício de verão:

Alguns detalhes interessantes, como o reflexo do pôr-do-Sol nas janelas do prédio da frente.

E esses clusters de fungos ficaram incríveis!

Solargrafia • primeira imagem

Há 6 semanas escrevi aqui sobre a câmara que tinha colocado na varanda olhando para o Sudeste. Essa primeira imagem era um teste, levou 6 semanas e ficou assim:

Foi um Novembro atípico para a região, com muitos dias Sol. Em geral aqui é mais chuvoso nessa época, mas aqui como no resto do planeta, está tudo mudando.

O plano é fazer uma outra imagem, do solstício de inverno ao solstício de verão. Acho que vou erguer o orifício um pouco, para observar mais do céu e reforçar as fitas que prendem a câmara.

Experimento em solargrafia

Meu filho mais novo queria fazer uma câmara pinhole. Expliquei a ele o que era Solargrafia e ele se interessou.

Começamos por identificar que a lata de fermento seria apropriada para esse projeto. Tivemos que esperar que o fermento fosse usado. A latinha foi lavada, depois secou. Não tínhamos tinta preta, logo aproveitamos a capa de um caderno, que era preta, para recobrir o interior da lata a fim de evitar reflexos indesejados.

Usamos um pedaço de alumínio da tampa do achocolatado. Fizemos o furo apenas com a ponta do alfinete, usando o tal caderno de anteparo. Limpamos a borda do furo, para garantir uma imagem mais limpa.

Tínhamos uma ponta de papel Kentmere. Prendemos a lata aqui na varanda, observando o nascente. Vamos abrir em 45 dias.

A volta da série Fotografia Portuguesa • Segunda Temporada

Começando uma nova temporada de Fotografia Portuguesa por aqui, assim entramos em 2020. O entrevistado aqui é o António Campos Leal e sua curtição é a fotografia pinhole. Se liga!

Três perguntas para Michela Brígida sobre ensinar e aprender

Você foi âncora do programa online sobre fotografia, o Click na AllTV (uma grande inspiração do Foco Crítico), como foi essa experiência?

MB: Apresentar o programa Click foi um grande aprendizado pra mim, uma experiência que se integrou à minha formação em comunicação, uma vez que tivemos que dominar a rotina de produção, bem como as técnicas para apresentação e divulgação de programa semanal de TV. E tudo isso de forma voluntária. Conciliar todo esse trabalho, sendo uma jornalista e fotógrafa recém formada foi já um aprendizado e tanto!

Alem disso, aprendi muito a respeito desse universo da fotografia, tendo acesso a grandes nomes nacionais e internacionais.

Quantas transmissões você fez e quais o momento mais memorável?

MB: Acho que começamos em 2004. Fomos até 2009. Com um programa a cada domingo.
Houve muitos momentos memoráveis: quando entramos na câmera-caminhão-pinhole de Mica Costa Grande, quando entrevistamos fotógrafos que tenho como referência como German Lorca, Claudia Andujar, Thomas Farkas, Pedro Martinelli. Muitos momentos memoráveis.

Sobre o dia-a-dia nas aulas para a ETEC de Carapicuíba, o que você já aprendeu com os alunos?

MB: Tanto na Etec como na Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação, eu vejo que o que eu mais aprendo com esses alunos é ser uma pessoa melhor, mais paciente, mais compreensiva, mais humana, a enxergar e valorizar as produções, os novos trabalhos. Eles me ensinam a estar sempre renovando o olhar e isso é muito importante.

Câmera Hagersville

Durante o tempo que passei no Canadá trabalhei numa empresa que fazia entre outras coisas muitas caixas de madeira para exportação de autopeças. Em uma das instalações dessa empresa, que habitava um antigo aeroporto militar abandonado em Hagersville, Ontario, havia uma fábrica de caixas que recebia de volta caixas retornáveis e reaproveitava ou reciclava esse material. Ao longo dos anos a pista de pouso de tornou uma enorme pilha de madeira sem fim e as pessoas da cidade podiam vir buscar madeira para as mais diversas finalidades.

hagersville tds plant wood pile

Em geral, depois de alguns dias sob neve e sol a madeira empenava e não servia para outra coisa que não a lareira, mas às vezes você dava sorte de pegar um carregamento de pontas recém colocado no páteo e que ainda estava fresquinho, madeira nova, nunca usada e em tamanhos pequenos e inúteis para a fábrica.

Num dia desses em 2001 eu acabei enchendo a mala do carro ainda sem saber o que seria daquilo. Em casa descarreguei tudo ao lado da serra de mesa e comecei a imaginar uma câmera caixa que pudesse ser feita com esses pedaços e com aquela serra, sem depender de outros cortes ou máquinas mais complexos. A pequena caixa foi batizada com o nome da cidade da fábrica. Fiz alguns desses exemplares e presenteei amigos. Cheguei a fazer uma folha de instruções bilíngue.

Ainda tenho essa última folha guardada num fichário antigo de idéias e projetos fotográficos.

A Fátima Roque foi uma das pessoas que ganhou uma Hagersville de presente e quando nos juntamos no projeto Mezanino do Itaú Cultural, com a Patricia Yamamoto também, a gente conseguiu que os moços de lá nos fizem outras tantas Hagersville adaptadas às madeiras compensado brasileiras. Isso virou a oficina que nós três oferecemos em Outubro de 2005. Essa é a foto que eu fiz da turma da tarde, a Hagersville abandonou o pinhole e passou a ter uma lente de lupa para gente fazer a oficina numa sala.

A história continua e eu conto mais em breve.

Oficina Megapinhole • Sesc Campinas

Esse post está atrasado, a oficina foi em Maio e só agora chegam aqui as imagens e os links.

Conseguimos juntar várias caixas de papelão e criar uma câmera com negativo de 60x140cm! Dava trabalho carregar a câmera para lá e para cá, mas valeu.

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Usamos um Kodabromide RC N3 como negativo e revelamos em calhas de PVC.

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As oficinas do Sesc Campinas aparecem aqui: https://www.facebook.com/groups/ETASescCampinas

Laborátorio de Bricolagem Fotográfica

Foram 8 encontros e muitas coisas foram construídas. Desde a câmera scanner do Ítalo que começou com uma Nikon 4004s que foi desmontada.

Depois ele desmontou um scanner e juntou tudo!

O André fez uma pinhole com uma caixa de apagador.

A Celina fez o Festa Light Pro, como no PDF que está disponível aqui em cima na página Guloseimas.

A Lorena fez uma câmera com 11 lentes e para isso ela fez um obturador de fenda na frente das objetivas.

A Fernanda fez uma câmera obscura para usar com o celular e esa curtindo as cores e as texturas das coisas desfocadas no papel vegetal.