Enquanto volto para Braga, vou aproveitar o translado para contar aqui umas coisas sobre esse festival.
Antes de mais nada, se não leu meu post de 20 dias atrás sobre a página de transparência do festival, vale correr lá agora. O resumo é uma galera jovem com idéias simples e com muito pouca grana inventou o festival e compartilhou com todo mundo suas limitações e dificuldades para criar o evento.
Bom, o resultado disso foi um terreno muito fértil para as conversas e discussões. Todo os envolvidos chegaram à Barcelona em pé de igualdade. Os crachás de artistas convidados e participantes pagantes eram idênticos. Cada pessoa ainda ganhava um número no crachá e só havia uma outra pessoa com esse número em todo o festival (46 artistas, 154 participantes, 26 voluntários). Cada um precisava encontrar seu match e a equipe então faria uma polaroid dessa dupla. O jogo ficou apelidado de polaroid tinder e para a coisa funcionar era necessário vencer as barreiras linguísticas e sair conhecendo gente.
Conheci mexicanos, suecos, argentinos, poloneses, ucranianos, norte-americanos, ingleses, alemães, um japonês e inúmeros espanhóis.
Aida Navajas ao encerrar uma mesa de discussão sobre corpo e gênero, deu um tom muito bacana pro festival, pedindo às pessoas que levassem idéias e sensações para casa e que aquilo mudasse sua fotografia e seus experimentos.
Pawel Kula, o inventor da solargrafia, um cara que pesquisa a fotografia dos astros, do céu, me confessou que nunca viu o céu do hemisfério Sul. De repente, nessa rodinha surgiu então um papo sobre tudo que não conhecemos, pouca gente sabia que a Lua fica de ponta-cabeça no hemisfério Sul, que anda pro lado oposto, essas coisas.
Com a Chrystal Cherniwchan, minha colega de mesa sobre fotografia digital experimental, tive uma longa conversa sobre os limites do que o artista deve revelar sobre seus processos, um tema recorrente para mim. Nossa mesa teve poucas perguntas ao final, o festival ganhou um tom muito analógico e talvez nosso assunto rompa com a pureza que tanta gente busca na fotografia com filme.
O workshop com Virginia Dal Magro e Sara Poer foi incrível, algumas idéias muito interessantes sobre sobreposições de processos alternativos.
Ainda tenho que fazer um post só sobre a montagem da exposição, mas com calma. O resto você encontra aqui” https://refotografia.wordpress.com/tag/exp20

Galera curtindo o workshop de câmeras descartáveis da Kate Hook.

Entrada do Centro Cívico Patti Llimona foi o ponto de encontro do pessoal que procurava seu polaroid tinder.

O pessoal do E5 Process, um lab comunitário em Londres, organizou uma reunião para estruturar uma rede de laboratórios comunitários pelo mundo.

Na mesa do sábado, sobre fotografia experimental digital com Dimitri Daniloff e Chrystal Cherniwchan

Workshop da Sara Poer e da Viriginia Dal Magro sobre anthotipia e cianotipia.

Lab do IEFC

Reunião final na capela da universidade onde o IEFC fica localizado, era o único espaço que comportava essa galera.

Saguão do IEFC com a exposição do festival.

Guy Paterson mostrando seus processos.

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