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A Mamiya da Petra Costa e os fotolivros da Susana Paiva

Essa quarta vou publicar mais uma entrevista na série Fotografia Portuguesa, com a fotógrafa Susana Paiva que vive em Lisboa. Ela cuida do Photobook Club de Lisboa e lá pelas tantas ela fala de como os fotolivros agradam aos fotógrafos que os produzem, mas nem tanto ao público que o compraria.

Venho pensando nessa relação da fotografia e do vídeo na minha vida. Sim, por conta dessas entrevistas e do que elas podem comunicar, do seu alcance.

Para extrapolar, pensei também que Democracia da Vertigem foi indicado ao Oscar de melhor documentário e os veículos que noticiaram isso usaram a foto de perfil da Petra Costa em que ela posa com uma Mamiya RB67 em Brasília. Tenho certeza que ela deve ter feito umas fotos bacanas de Brasília, mas sem dúvida o alcance do seu trabalho em vídeo na mesma cidade foi muito maior. Consigo imaginar ela voltando a São Paulo e levando os filmes no Gibo para ele revelar e fazer contato. Será que essas imagens impressas poderiam contar para tanta gente que o que aconteceu no Brasil foi golpe?

Processos Fotográficos • perdas e ganhos

Recentemente durante uma entrevista do Foco Crítico (programa que apresento com Fausto Chermont) surgiu o assunto das perdas dos processos fotográficos. Falávamos com Ralph Gibson e ele contava da impressão de seu primeiro livro: http://www.ralphgibson.com/1970-somnambulist.html

A história que ele contou era de quanto ele teve que aprender e investigar sobre os processos de litografia naquela época e procurar pessoas que o atendessem para que ao invés de perder no processo de impressão e acabasse ganhando algo novo e inesperado. Nasceu ali um longo relacionamento dele com os livros.

No início do ano de 2015 queria preparar duas imagens da série Ser Cor e Ser Rio para uma feira. Mandei os dois arquivos para o Lucio Libanori, da Gicleria, imprimir e montar. O Lucio alertou para possíveis problemas de gamut. O arquivo dessa série é produzido em um software antigo, sem CMS, mas que é o que permite criar esse tipo de imagem, assim toda espalhada pelo ambiente do RGB.

Fomos adiante e fizemos as cópias, o trabalho realmente perdeu alguma coisa, algo que provavelmente é imperceptível. No entanto, nenhum método de impressão atual poderia resolver o problema.

O Lucio fez um vídeo de tela enquanto ele comparava os gamuts da imagem e da impressora dele, antecipando as perdas em todas as direções.

Confesso que me bateu um orgulho de ter conseguido criar um arquivo tão complicado e uma tristeza ao encontrar as limitações do processo.

Oficina • Armadilha para o Acaso

Agora foi a vez de levar essa oficina para o Sesc Campinas. Na primeira aula falamos de Jacques Henri Lartigue, de provas de contato e depois olhamos o trabalho Jump do Philippe Hallsman.

A aula acabou assim:

LABici • um pouco de história

Já fiz aqui uns três posts sobre ações do LABici, mas de certa maneira faltou um pouco de história para ajudar a entender o que é isso.

Essa semana a Paty Vilela nos presenteou com um lindo vídeo que conta um pouco o que aconteceu no último Pinholeday no Minhocão com a nossa atividade/aula por lá.

O vídeo está aqui

LABici é algo que Simone Wicca, Roger Sassaki e eu criamos para o Pinholeday de 2014.

O Roger tinha comprado a bicicleta para fotografar colódio por ai e a Wicca botou o olho e vislumbrou pinholes por ai. A coisa cresceu, evento de Facebook, saiu do controle, mas no dia mesmo deu tudo certo e todos os nossos kits se esgotaram alegremente.

O que são os kits? Bom, o evento do Pinholeday é como uma aula, a pessoa chega e ganha o kit. No kit tem uma câmera pinhole que ela vai montar na aula e sair usando, ao ar livre. A parte da montagem é o início da aula, tem cola, tesoura, agulha e martelo envolvidos no processo, no vídeo dá para ver. Depois carregamos as câmeras e fazemos algumas imagens. A gente revela no lab que fica sobre a bike e depois as imagens ficam no vento no nosso varal improvisado. Simples assim.

 

Documentários

Aos poucos eu tenho criado um playlist no Youtube com vídeos de entrevistas e documentários de artistas que me interessam: http://www.youtube.com/user/refotografia

O documentário sobre o Man Ray, em vários pedaços, é especialmente interessante.

Boneco #2

Tá ai uma gambiarra nova, gravei em vídeo a animação em Flash do site da gráfica rápida, assim podemos folhear digitalmente o Boneco #2 do Livro Ruídos, Interferências, Acaso.

(em 1 min e 3 seg, sim, é super pouco tempo).

Luz de LED para vídeo

Recentemente fui ao centro da cidade em busca de duas pequenas luzes para vídeo. A idéia era iluminar uma gravação que eu teria que fazer. Rodei a região da Rua Conselheiro Crispiniano, mas só achei produtos na faixa dos R$600, o que é bem caro para alguns LEDs e uma bateria recarregável. Caminhei até a região da Rua Santa Efigênia e lá para meu espanto a coisa passou para a faixa dos R$650. Não importava se o material era importado ou nacional. Na Sanjardini, que faz seus próprios iluminadores, fiquei chocado com a simplicidade dos produtos e de como pilhas recarregáveis comuns são transformadas em baterias caras que você “tem” que comprar deles. Sem contar que o iluminador mais fraco da Sanjardini era muito forte para mim, em geral o pessoa quer muita luz! Eu prefiro pouca, mas boa.

Saí de lá meio chocado. Dei de cara com o vizinho deles, Eletronik LV, Rua dos Timbiras, 239 loja 09. Lá fui bater papo com o o Luiz Claudio, perguntei sobre os materiais necessários para construir os iluminadores de LEDs. O primeiro fato é que os LEDs precisam de uma voltagem mais ou menos certa para funcionarem corretamente. Existem diversas religiões nesse assunto, mas a maioria acha que entre 3 e 4 volts estão OK. Tem quem acha que é menos, mas ninguém acha que é mais. Ou seja, juntar 3 pilhas recarregáveis de NiMH, de 1,2V cada, dá 3,6V com elas em série e isso é perfeito para acender os LEDs com bastante potência.

Juntando um pequeno Kit com LEDs de alto brilho brancos, um switch, uma placa para montar o circuito e alguns cabinhos para jumpear e porta pilhas para 3 pilhas, cada iluminador iria custar a bagatela de R$30. Mais tarde eu ia descobrir que isso é metade do aluguel de um iluminador desses por um dia. Uau!

O que eu fiz?

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Comecei com os LEDs e a placa. Encontrei uma disposição deles na placa para conseguir um pequeno quadradro de luzes, para facilitar a colocação de um difusor depois.

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Soldei os LEDs no lugar, respeitando o posicionamento correto dos pólos positivos numa mesma fileira para depois poder ligá-los corretamente. Sim, LEDs têm perna positiva e perna negativa, não é difícil saber qual é qual, a positiva está ligada ao terminal menor da cabeça do LED.

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Com um estilete e com paciência cortei um buraco retangular para o switch.

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Pronto, eis os dois iluminadores estruturados.

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Aqui dois itens que eu não comprei: dois pés de flashes eletrônicos, para fixar os iluminadores na câmara.

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Próximo passo foi usar o arame de cobre de um fio de rede azul para ligar os pólos positivos e negativos do LEDs, sem misturá-los.

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Depois fiz uma ligação com fios inicial para ver se tudo funcionava como deveria antes de colar tudo no lugar.

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Bingo!

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Muita cola quente para segurar os porta pilhas exatamente atrás dos LEDs e depois liguei os fios como tinha que ser.

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Comecei a planejar o suporte e o difusor, tudo em uma solução única. Veja o detalhe da marca de caneta verde na placa de cobre onde será feito o furo para o suporte do difusor. O difusor, ainda protegido pelo papel é um acrílico jateado. Um parafuso com três porcas para cada iluminador.

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Furos.

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Parafusos.

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Prontos. Depois fiz uma besteira de poliéster transparente para segurar uma gelatina ambar na frente, para esquentar a luz um pouco. Uma espécie de dobradura que cobre todo o iluminador, assim não precisei dar um acabamento super super nele. Já usei umas três vezes e as três recarregáveis de 2500mAH cada duram bastante tempo, uma noite inteira, até porque só uso a luz de vez em quando, um minuto aqui, outros ali.

Vídeos

Segue um link para o filme “Domingo” do Guilherme Outsuka no Youtube. Um super exemplo do que é possível fazer com Stop Motion.

E por falar em YouTube, seguem aqui duas buscas que eu fiz: Man Ray e Rube Goldberg Machine. Rube Goldberg Machine é qualquer trapizonga ou assemblage em que diversos elementos disparam outros até um fim planejado, um exemplo é a abertura do programa Ratimbum da TV Cultura. Os filmes do Man Ray  são sensacionais.

Updates

Rolou uma entrevista ontem no FSTV com a Dani e comigo. Confira! Falamos do que fazemos juntos e do que fazemos separados, quase nada!

Aproveitei e fiz um upload das fotos de Fernando de Noronha, fotos de turista, não me leve a mal. Estão no Flickr.