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CCD e CMOS

Há uns dias eu publiquei um teste com uma Nikon D200. Elogiei suas cores, apesar de ser uma câmera digital com mais de 10 anos e citei o fato dela ter um CCD ao invés de CMOS, que hoje é padrão na indústria fotográfica. Acho que essa questão ficou no ar, dai esse post para por ela de volta no chão.

A fotografia digital nasceu com o CCD, o CMOS veio posteriormente como uma forma mais barata de produzir sensores de imagem para câmeras mais simples, com a evolução do software que controla o CMOS e dos próprios CMOS ele acabou substituindo o CCD em quase todas as câmeras fabricadas hoje em dia (Leica e Phase One ainda oferecem opções com CCD, mas aos poucos elas vão rareando).

O cerne da diferença é que os CCDs usam um processo de manufatura mais complexo, enquanto os CMOS podem ser fabricados numa fábrica comum de microprocessadores, isso por si só faz os CCDs mais caros que os CMOS. CMOS são naturalmente mais sensíveis ao ruído, anos de desenvolvimento de software fizeram isso se tornar imperceptível para o consumidor. O CCD naturalmente consome algo como 100 vezes mais energia que um CMOS equivalente. Ainda há quem diga que as cores do CCD são melhores, mas o fato é que a mistura de pigmentos que são usados nos sensores e os perfis gerados posteriormente pelos fabricantes também tem um papel importante para a percepção da qualidade do CMOS hoje e com a evolução tecnológica o CMOS foi ganhando esse espaço também.

Isso explica basicamente porque hoje em dia temos que lidar com o rolling shutter e as imagens flicando. Se você quiser ler uns bate-bocas a respeito de qual sensor é melhor, aqui tem um. Aqui tem um vídeo maneiro que explica as diferentes tecnologias.

MegaVision S-2

A MegaVision é um fabricante pioneiro de backs digitais, sendo o primeiro a oferecer um back digital para venda ao consumidor. Esse aqui é um S-2 de 1996 com um CCD de 31x31cm com 4MP e pixels de 15µ (uau).

O filtro IR-cut desandou e ficou todo irregular impossibilitando fotografar com foco.

Achei uns vidros de 0.5mm guardados desde a pré-história e consegui (sem me cortar, nem arranhar o vidro) cortar um pedaço de tamanho idêntico ao original.

Usei uma cola de silicone bem comum para colocar o novo vidro no lugar e fazer uns testes. O sensor tem umas duas manchinhas que ele adquiriu de 1996 para cá, mas vamos ver no que dá. O software não foi tão difícil, depois que eu descobri uma página escondida no site do fabricante com os arquivos para instalar esse back num Mac OS9: http://mega-vision.com/tech/downloads/ (o site do fabricante omite o s no final de downloads e os links não funcionam, demorei uma semana para sacar de onde era o problema).

Quando os backs digitais chegam ao lixo

Já foi em outro post aqui eu falei sobre o valores dos scanners na década de 1990 e como ele acabaram indo para sucata logo depois por conta do fim da interface SCSI nos computadores novos. Backs digitais no início dos anos 2000 eram bem caros, 12 mil dólares era o preço de um back econômico como o DCS Pro Back da fotografia abaixo. E não era só isso o investimento, por vezes um computador específico era necessário para operar o back e interpretar suas imagens.

Mas chega uma hora que mesmo com uma qualidade de imagem ainda alta, 16 MP e pixels grandes, o back perde tanto valor e utilidade que ele vai pro lixo mesmo. A Horseman chegou a criar uma câmera mais ágil para que as pessoas pudessem acoplar a seus backs mais antigos e dar uma sobrevida a eles com objetivas mais interessantes, mas até essa câmera foi descontinuada (uma pena).

Como aproveitar esses sensores maravilhosos (que foram feitos às centenas, nem aos milhares, nem aos milhões)?

Infravermelho com a Sony F828

Além de escanear o Tatuapé, aproveitei essas paisagens incríveis da cidade se modificando para fazer algumas imagens em infravermelho com uma nova câmera, uma Sony F828 de 8MP.

Essa câmera tem a função Night Shot, que por si só não é bacana para IR, mas que abre algumas brechas. Uma delas é que com o uso de um super imã, você pode mover o filtro IR-cut dentro da câmera abrindo as portas para o IR sem ter que acionar o Night Shot.

Usei um filtro de 850nm que é bem escuro, fotografei em RAW e em ISO 64 para segurar tudo que se pode e converti no Lightroom posteriormente. Um novo caminho para explorar.

Dominando Seu Scanner

Mais uma turma, agorinha, dia 21 de novembro

Infos e inscrições pelo Cinese: http://www.cinese.me/encontros/dominando-seu-scanner-com-guilherme-maranhao–6

Oficina • Negativos Digitais

Começa dia 18/10 no Sesc 24 de Maio: https://m.sescsp.org.br/#/cursos/134208

Existe uma esquina entre a fotografia digital e o laboratório preto-e-branco quando uma imagem obtida em uma câmera digital é impressa sobre um filme para depois ser impressa por contacto sobre um papel fotográfico. Com criatividade, uma impressora inkjet caseira e um pacote de transparências vamos criar negativos que podem ser usados para fazer cópias preto-e-branco no laboratório. Vamos estudar o uso das cores e das curvas para controlar os tons da imagem final.

ICE e filmes preto-e-branco 

A tecnologia ICE no escaneamento consiste em escanear o original com uma luz infravermelha e utilizar essa imagem para determinar o que é imagem e o que é sujeira nos arquivos obtidos com luz branca de originais  tais negativos coloridos e positivos coloridos.  O software processa as duas imagens e faz comparações entre as duas para localizar a sujeira.

Com filmes preto-e-branco a coisa não funciona tão bem, já que a prata reflete luz infravermelha tanto quanto a sujeira. Bom, isso provoca uma certa confusão por parte do algoritmo que faz a “limpeza”, que pode ser bem interessante como essa solarização localizada que ocorreu em um negativo de Tri-X escaneado no Pakon F135 Plus com o ICE ligado.