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Raw no Linux, de novo, mais uma vez

Só fuçando novamente nesse assunto, que já mencionei em 3 posts no passado, mas que continua sempre na minha mente.

O Gimp continua como a ferramenta básica para retoques, aqui: https://www.gimp.org/

Para organizar e editar RAWs seguem:

E o Darktable está na versão 4.20, última vez que falei aqui ainda era 1.0 talvez: https://www.darktable.org/install/

RawTherapee também avançou muito e está aqui: https://rawtherapee.com/

Outras coisinhas:

O blog do Pascal, apesar de meio abandonado, tem umas dicas para criar perfis para impressoras: https://encrypted.pcode.nl/

Já usei o imagemagick e o negfix8 no passado, dentro do MacOS, pela linha de comando como parte de um processo para arquivos RAW criados pelo scanner Pakon.

São coisas a serem exploradas: https://imagemagick.org/ e https://sites.google.com/site/negfix/

Microtek ArtixScan F1

Ele também é conhecido como Microtek ArtixScan M1 na América do Norte, onde ele foi lançado depois, mas na Europa e na Ásia ele vendia como F1. É uma história complicada e tem a ver com um período de tempo que a Microtek não tinha representante nem escritório nos EUA, mas deixa para lá.

Segundo o ScanDig ele tem resolução real bem próxima da que pode ser conseguida a muito custo com Epson V700/750, algo em torno de 2000 dpi. O F1 tem uma bandeja dedicada a filmes e sua objetiva tem autofocus, mas o que é muito superior à maioria dos desktops é o range dinâmico,  dai os outros scanners não acompanham mesmo. E, a meu ver, isso ajuda nas conversões de negativos coloridos, já que a máscara laranja consome parte do range.

Exposições múltiplas no scanner poderiam ajudar? Acompanhei alguns testes do Cesar Barreto com os Epsons e em scans sucessivos ele não mantém o registro perfeito. Isso parece atrapalhar mais o trabalho do ICE do que as múltiplas exposições, mas é um problema a mais para considerar.

Nos comentários desse post aqui, um cara sugere o approach com negativos 8×10″ que estou usando na imagem abaixo: fita adesiva esticando o negativo sem deixar ele apoiar sobre o vidro. Funciona muito bem, o negativo fica esticado e não há vidro para causar anéis de Newton. E esse grupo aqui no Flickr tem alguma outras dicas boas guardadas, num dos posts um usuário diz que o scanner chega a 2500 dpi, não dá para saber como ele obteve esse resultado, mas como ele, entre resolução e range dinâmico, acredito que o F1 seja melhor que os Epsons.

No fim do review do alemão Scandig ele reclama muito do software original e enaltece o software alemão Silverfast. Muitos review de compradores desse scanner reclamam do Silverfast no site da B&H. A versão 8 que acompanhava os Epson era cheia de problemas, a versão anterior 6.6 era melhor, acho que isso explica em parte as opiniões tão diferentes, a outra parte é o fluxo de trabalho muito complexo do Silverfast em todas suas versões.

Cezanne • primeiros passos

Depois de finalmente conseguir desembarcar o Cezanne do carro, usei um aspirador de pó para fazer uma limpeza de todos os cantos de fácil acesso dos equipamentos. O PowerMac G3 que acompanhava o scanner tinha uma camada espessa de poeira dentro e vários tufos emaranhados nas memórias, processador, etc. Essa faxina já me causou um enorme bem estar.

Montei uma mesa provisória para testar os dois computadores, ambos ligaram e isso foi comemorado calorosamente! O G3 continha os programas do Cezanne. Ele tinha o OS8.5 instalado e 320Mb de RAM. Duas limitações para meus projetos ambiciosos com o Cezanne.

Descolei dois HDs de 40Gb e em ambos fiz partições de 20Gb e clonei os dois HDs internos do G3 duas vezes. Mais uma etapa que trouxe alívio.

Minha estratégia envolve agora passar esse HD já instalado para um G3 azul e branco. Para isso terei que fazer o update o OS8.6. A placa SCSI será levada também. E poderei ter até 1Gb de RAM.

Então fiz o update para OS8.6 já usando um dos HDs clones no lugar dos dois HDs SCSI. Conectei scanner e computador. Pela primeira vez tentei ligar o scanner.

Várias luzes se acenderam e veio um apito (ruim). Acendeu bem firme uma luz vermelha com um ponto de interrogação na frente do scanner.

Liguei o computador e acionei o software do scanner. Esse por sua vez devolveu uma mensagem de erro. A mensagem trazia uma informação: setup inicial não havia sido capaz de resetar o diafragma da objetiva do scanner.

Abri todo o scanner (e ele por dentro é lindo! uma pequena câmara sobre trilhos que se posiciona em qualquer lugar da caixa para obter o melhor ângulo para cada negativo).

As possibilidades eram grandes, podia ser graxa ressecando no anel do diafragma, podia se um motor step preso entre dois steps, podia ser um sensor em U com mal contato, podia ser um fio solto em algum dos itens acima. Mexi em tudo isso, verifiquei os contatos, acionei o diafragma algumas vezes. Fechei o scanner e tentei ligar ele novamente.

Sucesso. O software reconheceu o scanner e tudo correu relativamente bem.

Enquanto eu tinha o scanner aberto eu já tinha visto um problema potencial, a poeira, por toda a parte, sobre a objetiva, sobre o espelho principal que é super importante. Uma faxina mais fina e cuidadosa agora se faz necessária no interior do bicho.

Link para Tutorial do Darktable

Há um tempo atrás eu escrevi um pouco sobre processamento de RAWs em Linux. Bom, a situação vai mudando lentamente e o Darktable tem sido aprimorado bastante.

Veja esse tutorial do Pascal de Bruijn sobre esse software.

Raw no Linux, mais uma vez

Volta e meia eu dou uma fuçada na situação do processamento de arquivos RAW através de Software Livre em plataforma Linux.

Nesse início de ano as surpresas foram muitas, o Rawstudio está prestes a ter uma versão 2.0 lançada e o apareceu também um programa chamado Darktable (um tiração com o Lightroom) que parece bem promissor. Leia um post de Pascal de Bruijn sobre o Darktable.

Um outro programa que já existia há um certo tempo é o RawTherapee, que agora se tornou livre (GPL).

Vale também ver a Wiki do projeto Open Source Photography.

Relação de hardware e software ao longo do tempo

Essa história de descobrir como funciona o PFU DL2400 me deixou pensando um tanto na importância crescente do software em relação ao hardware.

Recentemente escrevi aqui sobre o scanner Scitex Smart 340L e tudo que passei para reativá-lo. O fato é que no software do Scitex a escolha da lente (o scanner possui várias das quais uma deve ser escolhida) é algo mais claro e evidente, sem fazer isso você não passa adiante. No PFU DL2400 eu nunca tinha me dado conta que essa escolha era possível, achei que ela era automática, dependendo da resolução que fosse pedida, mas foi um grande engano. Ambos os scanners funcionam da mesma maneira, só não é tão claro no software que faz o DL2400 rodar.

E um scan feito recentemente no DL2400 se mostrou tão ruim em relação ao Scitex que aquilo me fez começar a pensar. Dai eu descobri aquele menu onde se pode escolher entre duas lentes (somente duas se comparado com o Scitex que tem 5). O resultado do scanner PFU passou a ser imediatamente melhor do que o Scitex, meu queixo caiu.

Antes a comparação entre os dois scanners ia contra a percepção que tenho sobre a relação do software com o hardware ao longo do tempo. Isso mudou.

Em 1994, a Scitex faz esse scanner que cá está, quando foi lançado era o topo da linha de scanners, mas já era algo mais acessível para a época (US$ 40 mil). As lentes são impressionantes, todas da Rodenstock, os sensores enormes, as placas de circuitos densas, a estrutura que mantem tudo em seu lugar é pesada, o vidro onde apoiamos o papel é um senhor vidro. Há um investimento enorme em hardware, enquanto o software ainda é primitivo. Alguns anos depois a PFU faz o DL2400, que quando foi lançado era a opção mais acessível da linha (US$ 10mil). Seu corpo é de plástico como qualquer outro scanner, o vidro onde apoiamos o papel é apenas um vidro, mas o sensor lá dentro tem mais uns 5 anos de R&D dentro dele e o software Silverfast é impressionante.

Quer dizer, o hardware foi muito importante enquanto o software de processamento do sinal do sensor era limitado. Quando essa situação mudou, começaram a economizar recursos na construção de scanners e cameras. Isso também fica claro quando vemos um novo modelo de câmara digital com um sensor de mesmo tamanho físico, maior número de MP e menor quantidade de ruído, a solução para isso acontecer é o software.

Scitex Smart 340 • scans opacos

Um update do post passado com imagens:

Escolhi essa imagem para o teste porque era uma 30x40cm que estava aqui fácil, uma cópia de trabalho. Uma cópia antiga com alguns defeitos que seriam interessantes de olhar de perto (escaneei a 600 dpi).

A primeiro deles: a poeira.

A 50% a poeira ganha toda uma vida. Alguns arranhões mínimos também estão lá.

Depois comecei a olhar as bordas da cópia, onde haviam umas áreas mal fixadas no processamento. Percebi que o scanner aplica o que parece ser um unsharp mask direto na imagem. Preciso fuçar uma maneira de desligar isso. Veja as bordas acentuadas. Aqui a 100%, mostrando um leve desfoque.

Scitex Smart 340 • problemas de software

Continuando a empreitada de fazer o Scitex Smart 340 funcionar.

Tentei fazer um scan de uma cópia fotográfica. O scanner se negou a funcionar porque não havia dados de calibragem para scans de materiais opacos. Ao rodar o programa de calibragem, era pedido que fosse colocado dentro do scanner o “slide de calibragem”. Pesquisando descobri se tratar de um filme tamanho A3 que entra no scanner para os testes de lentes e etc. Não tenho esse slide.

Fuçando nas pastas de software que vieram com o scanner encontrei um arquivo de preferências antigas do scanner. Ou seja, a calibragem antiga dele, de 2000.

Tentei carregar essas preferências, mas o scanner de lá para cá sofreu algumas mudanças (provavelmente teve a placa-mãe trocada) e seu número de série mudou. O software do scanner se negava a rodar com as preferências velhas.

Anotei ambos os números de série.

Encontrei um programa bacaninha para Mac chamado Hexedit. Esse tipo de programa consegue editar qualquer tipo de arquivo (o que pode ser destrutivo se você não souber o que está fazendo). Ou seja, ele não abre só texto, mas por exemplo, pode abrir um programa para você ler como ele foi escrito. Instalei ele para tentar entrar no arquivo de preferências e mudar o número de série. Abri o arquivo de 2000, usei o Find… e busquei o número de série antigo. Digitei o novo sobre ele, salvei. Funcionou, o scanner nem pestanejou e começou a escanear papel também!

Scitex Smart 340 • primeiros testes

Mais uma história. E enquanto eu escrevo aqui, já estou pensando em coisas que ainda não descobri, detalhes que passaram em branco nessa correria de fazer algo funcionar. O Carlos me ligou para avisar que um scanner estava abandonado, não era um scanner qualquer, seu peso fala por ele, são 100Kg de scanner. Uma peça do passado não tão distante, vinda de uma terra longínqua: Herzilia, Israel. Lá ficava instalada a fábrica da Scitex, que em 1994 começou a comercializar o Smart 340, resolução máxima de 8000 dpi, na época era grande coisa o fato do scanner fazer uma imagem em apenas uma varredura.

Nessa época, em que estações gráficas custavam um milhão de dólares, o preço módico do Smart 340 era convidativo: 45 mil dólares (outro dia no Mercado Livre apareceu um Smart 700X por 200 reais). A Scitex faliu, não há mais peças de reposição e manutenção especializada (uma pesquisa rápida no Google revela que lâmpadas para esse scanner não existem mais, um modelo diferente, único, sem estoque). O software do scanner nunca foi atualizado para o OSX do Mac, ficou preso ao OS9.

Dado o peso do equipamento, o mais seguro foi colocar ele no chão (Nando, obrigado!) e começar ali o trabalho de investigação. Os primeiros dados que o Carlos ofereceu é que as fotos andavam fora de foco e que o software do scanner mostrava vários alertas e não ligava corretamente.

Ligado a ele coloquei um PowerMac G3 rodando o OS9.1, um monitor e etc. O Marcio, que acabou ficando com o computador do Carlos, fez a gentileza de enviar os arquivos que estavam contidos no HD desse computador, para que eu pudesse instalar o software no meu computador.

No início da instalação é lançado um programa que faz o diagnóstico do equipamento, ele testa várias áreas do scanner por etapas.

Quando chegou na parte mecânica apareceu a palavra Failed. E logo o teste se completou.

Na lista dos resultados do diagnóstico apareceu: focus axis – not ok. Resolvi refazer o mesmo teste, mas com o scanner aberto. Removi as tampas e acabamento dele e enganei o detector de tampa aberta do scanner.

O resultado foi o mesmo, mas pude observar muitas coisas acontecendo. De onde vinham os sons todos que o scanner faz, essas coisas. Fui almoçar e esvaziar a mente, pensar nas possibilidades. Através do software obtive diversas informações sobre o que estava errado. Ao tentar ligar o software que faz o scan, a mensagem era: Focus Motor Timeout, ou seja, a placa-mãe ligou o motor, mas ele não respondeu focando a lente. Através de outra interface do programa de diagnóstico vi uma outra mensagem: Focus or Motion Board unresponsive, o software suspeitava que a placa encarregada de mover lentes e etc estivesse queimada (se fosse isso, não teria jeito, então nem adianta pensar a respeito).

Na volta do almoço peguei uma lanterna e comecei a olhar dentro do scanner, para tentar entender onde estava o mecanismo de foco. Podia parecer simples, mas não era, esse scanner é dotado de 7 lentes ao todo, e eu não sabia quais eram fixas e quais se moviam para focar. Procurei, desmontei mais um pouco, fucei aqui e ali. Ainda meio cético, constatei que apenas uma das lentes realmente tinha um motor que a fazia focar, as outras todas elas fixas, calibradas na fábrica.

Estranhamente simples. Coloquei a mão sobre esse motor e pedi novamente o teste para o software de diagnóstico. Esse motor vibrou mas não a lente presa a ele se mover. Nos meus dedos ficou um pó amarelo. De todas as peças desse scanner, esse foi o único lugar onde alguém colocou uma graxa vagabunda. Graxa de má qualidade seca e enpedra. Limpei o que eu pude, coloquei outra graxa nesse eixo que atravessa o motor e pedi o diagnóstico novamente. Quando motor começou a vibrar, forcei o eixo para o lados para soltar a graxa lá dentro e a lente começou a mexer frenéticamente.

Coloquei um negativo 4×5″ dentro do scanner e pedi um scan. Selecionei uma área de 1x1mm aproximadamente dentro da imagem (atrás do taxi da direita há uma pessoa de pé, atrás dele passa um ônibus pela rua de trás, atrás dele há uma placa de trânsito). Pedi um scan a 8000 dpi, só para ver.

E depois a imagem final do scan.